Subiu pela estrada mais cansada que viu, sentou-se e admitiu fraqueza. Olhou simplesmente. Admirou aquela cidade que não era sua, nunca poderia ser, nunca saberia como pertencer a ela. Visitou cada recanto mais escuro, cada passeio sujo, cada alma que aí fora incluída e preparou-se para continuar a subir, sem olhar para trás, memorizando tudo o que via. Não gostava de esquecer, talvez porque não era capaz, gostava de trazer consigo cada gosto, cada fotografia, cada momento.
Não gostava de falar alto, preferia murmurar dentro de si, o mundo já parecia ser demasiado alto...
Não encontrava mais razões para estar ali, sentia-se sufocado, perto de mais do que queria fugir, mas mesmo assim continuava a caminhar com o mesmo fôlego com que começou.
Procurava.Agora, sim sabia. Procurava-a em todos esses recantos, em todos os passeios, em cada alma, em cada gosto e em cada fotografia que guardou...em cada momento...
Procurava o momento sagrado que os juntou, procurava-o de novo...Sem sucesso, continuava a caminhar.
Não dormia, já não sonhava, corria para se esconder dos fantasmas que guardava junto das memórias, já não via com clareza, já não falava, apenas procurava...
De quando a quando ainda lhe percorria pela face uma gota extensa do seu suor, que o fazia recuperar a lucidez, ainda lhe pairava o porquê da sua partida tão inesperada.
2 comments:
curto a tua maneira d escrever. qd me escreves aí uns lyrics a maneira?
vamos lá ver se estou 'up to the challenge'
:)
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