Sinto-me estranhamente feliz por abraçar a mudança.
Ainda assim, de cada vez que ponho o pé fora de casa invade-me um pânico injustificável e irracional que camufla as minhas inseguranças.
Estou assustada, sinto-me pequenina, por não saber ainda se o meu desempenho corresponde às expectativas, principalmente as que eu própria sustento.
E se eu não for mesmo boa a fazer isto?E se eu não conseguir ajudar os meus doentes?E se eles não quiserem ser ajudados?
Faço paragem de pensamento e combato estes pensamentos, afinal este foi só o meu segundo dia.
Mas quando vou espreitar a Sala de Espera não consigo evitar pensar como será no futuro e aí o coração bate mais depressa enquanto o cérebro pinta situações de consulta e arquitecta diagnósticos e estratégias de intervenção.
Bem, em contrapartida a Equipa é muito estruturada, colaborativa e curiosamente muito bem-disposta. Hoje deu por mim a pensar exactamente sobre isso enquanto dissecava os Decretos-Lei e as Portarias: como é que é possível existir uma vibração tão positiva por parte dos profissionais que todos os dias devem ser magoados e enganados pelos doentes? Ainda não descobri qual é a receita da boa-disposição, mas lá que resulta, resulta!
Agora a parte pior: saudades. Um horror! Tenho saudades de tudo, tudo mesmo! Dos paizinhos, do gato, do meu quarto, da minha cama, da P., da E., da I., da C., da S., da banda e sim...de tocar bateria
(suspiro).
(Foto por Joana Linda - O Segredo)
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